sábado, 31 de julho de 2010

Num hoje

O mundo esmerou-se e ficou lindo como nunca o vi
Juntaram-se os barcos no horizonte, alinharam-se
Como numa festa que se prepara, quando se retorna às origens
O céu ficou rosa e foi-se desbotando num sorriso dissimulado,
O mar pacífico quis ser cinzento, discreto
No ar uma brisa ténue, nos ouvidos o som das ondas
No meu peito os acordes com que me amanheceste
Na minha alma o espanto, a calma, a vida,...a festa?

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Nasceu, morreu

Nasceu um sonho, uma esperança.
Juntou-se a matéria num movimento.
Abriram-se caminhos, fizeram-se canções.
E na embriaguez da vitória ideal
Viveram-se dias felizes, ensoleirados,
Até aparecerem as nuvens, inescapáveis.
Surgiram sombras e necessidades.
Dentro das multidões muitos já tinham perdido
A guerra, sem a saber, que nunca começou.
Mas, sem vencedores nem vencidos,
Morreu, levando com ela o fim da quimera.
E sem braços estendidos, apenas olhos marejados,
Passou a ser a história que não se fala,
Mas que ninguém esqueceu.

Sob o céu

Sinto no braço as tuas carícias quando sozinha escrevo
E sinto que fazes os raios de luar virarem-se para mim quando me perco,
Sei que falas ao sol para me acordar quando fico entorpecida,
Sei que me sussurras por trás da orelha e me afagas o cabelo de noite.
Sinto na luz da manhã o teu bom dia querida e a tua presença discreta
E sinto falta de te poder dizer sem parar que me sinto vaidosa
De me considerares assim e reconhecida de me reconheceres.

O tempo

que como um calendário perpétuo se repete, só se libertará quando perceberes que não se reduz a números e cálculos e que não pode ser quantificado!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Gravemente ou levemente

estou em gravidade zero, sem solo, sem tecto!

Sinto muito!

Não penso, sinto... Sinto e falo e fico "nua" à tua frente...
Não sei o que pensar, mas sei o que sinto... e sinto muito!

Só se

Abre as portas do sonho, meu amor
Deixa-as inundar de imagens as minhas paredes
Encher de luz as minhas sombras preciosas
Mas só as abras se quiseres que as minhas imagens
Inundem as tuas paredes e iluminem as tuas sombras

Tu és todas as estações

Trazes em ti a plenitude dos dias Verão
No calor dos abraços, na luz do teu sorriso
No luar dos teus olhos que me fascinam
Trazes em ti as tardes de Outono
Na beleza dos teus sentimentos
Na calma das tuas atitudes
Trazes em ti as noites de Inverno
No aconchego de conversas únicas
No refúgio tão apetecido que é a tua alma
Trazes em ti as manhãs de Primavera
No nascer de esperanças, dia após dia,
Na leveza de sonhos por realizar
Trazes contigo todas as estações que consegues materializar
sem obeceder a uma ordem ou duração predefinidas